domingo, 28 de fevereiro de 2010

Она Шикарная - Гузель Сабитова

Permitam-me apenas reproduzir o que Guzel Sabitova (uma grande amiga de Ufa - Rússia, onde morei em 2009) postou em seu perfil no Facebook hoje há poucas horas.

"I'm selfish, impatient and a little insecure. I make mistakes. I am out of control and at times hard to handle. But if you can't handle me at my worst, then you sure as hell don't deserve me at my best."

Fiz questão de registrar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sandra e Rússia - Grandes Fêmeas

Não é difícil descrever Sandra (Monteiro - professora doutora em Linguística, minha orientadora entre 2006 e 2008 na Faculdade de Letras da UFJF). Sobram adjetivos. Paro e penso: "mas também faltam". Ou eu ainda os desconheço. Talvez nunca os conheça. Mas o que sinto quando leio seus e-mails é extremamente excitante. Resolvi publicar uma de nossas conversas. O motivo, ela quis saber da minha experiência da Rússia, quando trabalhei no Centro de Educação Intensiva B.IQ., em Ufa, na República do Bascortostão.

Entendam como melhor lhes soar.

Sandra, 30.09.09

"Oi, Vinicius, Bebê!

Como é que está sua vida profissional, acadêmica, e afins? (Risos...)

[...]

Me lembro muito de vc, mas não soube dos impactos da viagem na sua vida, na sua mentalidade, enfim... Gostaria de saber mais detalhes, já que o acontecimento do ano passado foi mesmo essa sua experiência abroad.

Torço para que esteja bem e feliz."

Vinícius, 02.10.09

"Já que puxou a língua, vou contar um pouquinho. Quando vc sentir-se meio entediada, leia a minha jornada europeia! (Rs)

Como prefácio, vc já conhece minha epopeia universitária, na saga "Vinícius contra o Exército Frustrado da FaLe UFJF", né? O maior impacto da viagem foi, sem dúvida, o resgate da minha auto-estima e a valorização dos meus potenciais como profissional.

Cheguei a Moscou depois de mais de 15 horas de voo (fora o intervalo no gigante Charles de Gaulle, em Paris). Um frio ferrado, 20 graus... negativos! E eu com meu moletonzinho brasileiro, arranhando um russo macarrônico para perguntar se o ônibus já estava chegando... Cheguei vivo a Ufa (cidade onde trabalhei). O pessoal da AIESEC me recebeu com balões, muitos abraços e já fui me esquentando de tesão pq estava no país dos meus sonhos!

Trabalhava de 10 às 22 horas, numa atmosfera positiva, alegre, que instigava a produtividade com prazer. Minha diretora acabou se tornando uma grande amiga e - como digo de vc, minha mãe e mais alguns raros talentos humanos - uma musa inspiradora!

[...]

Morei com 3 famílias diferentes. Uma em cada mês. Nas fotos tem uma minha com a Galina Nicolayevna, minha "babooshka" ("avó", em russo). Mas como ela não via problema em ter ratos (!) na cozinha, mesmo sendo uma velhinha muito simpática (o que presumo, pois ela não falava inglês e a comunicação entre nós era pura mímica e dicionário russo!), parti para a casa da Natasha, minha diretora. Lá, sua filhinha Masha, de 7 anos, me ensinou um pouco mais do idioma louco. (Depois descobri que ela não articula o "l" direito e que aprendi um monte de coisa errada! Hahaha.)


Com Galina Nicolayevna, minha babooshka.


Os hábitos sociais russos são tão diferentes dos brasileiros... Viva a nossa higiene, nossos barezinhos ao céu aberto, nossas mulheres cujo sonho não é mais se casar a qualquer custo, nossa miscigenação que é vista com orgulho... As história e cultura russas pouco cruzam as brasileiras. E de fato pouco se parecem. Mas sobre isso eu falo muito mais numa entrevista que dei ao site da AIESEC. Se quiser ler (talvez seja mais interessante que este e-mail!): http://www.aiesec.org.br/site/escritorio/juizdefora/de-volta-da-russia-vinicius-conta-tudo-sobre-seu-intercambio-pela-aiesec/


Com os AIESECers de Ufa.


Para não delongar demais, conto que fui a um lugarzinho muito especial, chamado Inzer. Lá, vi um aglomerado de borboletas que mexeu muito comigo (tbm tem foto em anexo). Eu estava no meio dos Montes Urais, a divisa entre Europa e Ásia... No mínimo exótico. Entre um chá e outro (juro que não tinha nada de Daime o otras cositas más), um shaman começou a bater um tambor tibetano, tocar umas gaita que soava eletrônica mas não tinha tomada... sei que vi a alma de um gato branco (whatever it was, that's the best description I've figured so far). Não fiquei assustado, mas acho que assustam (e riem) qdo conto. Mas gosto de registrar. Foi tudo mto inusitado... E mexeu com meus paradigmas.



A Praça Vermelha e seu famigerado "castelinho" - a Catedral de São Basílio.


Depois do gozo de ir a Moscou, passei em Paris antes de voltar ao Brasil. Foi surpreendente! Não achei que ia curtir mas, claro, a-m-e-i. É toda uma energia, um cheiro de cultura. Mtas fotos, museus, cartões postais e algumas amizades internacionais!

[...]

Agora, a parte que considero mais importante deste e-mail (e vc pensa "ai, meu Deus, lá vem!"). Acredito que me deparei com um grande desafio por conta dessa viagem. No melhor dos sentidos. A dona do curso gostou muito de mim. Até imaginei que ela quisesse estender o contrato... (rs), mas não. Ela quer que eu abra o "Intensive Education Center" aqui. De tanto que falei que a metodologia é interessante e que os resultados são mto positivos (...so on and so forth). E estou com todo o material aqui, pronto para de fato abrir a escola. Minha vida pessoal deu uma reviravolta louca.

[...]

Não desisti dos interesses acadêmicos, de continuar estudando mto e cursar bons mestrado e doutorado. Mas eu acredito mto no projeto do curso de inglês. Só sei que, entre tantos pensamentos, pensei sempre em dividir isso com vc e pedir sua sincera opinião.

Depois de longas linhas, despeço-me com carinho!

Espero que vc continue com esse sorrisão, essa coisa carioca que vc mede bem e com que encanta a todos. Mas pode aproveitar a tomada de turno pra extravagâncias suas tbm! Hehehe."

Sandra, 05.10.09

"Vinicius, amore!

O sorrisão não saiu um minuto do meu rosto enquanto lia seu email, com a descrição da sua viagem e todas as intervenções que fez, o que me fez quase "viajar junto". (Risos...)

O que me deixou mais feliz, contudo, não foi o fato de ficar sabendo das aventuras sociais, ou emociais, mas, sim das profissionais mesmo (rsssss)... Que alegria te ver crescendo – nos dois sentidos da palavra (risos) – e fazendo projetos ousados, como só vc sabe ser! O que tem IQ como parte do nome de um curso já nasceu inteligente, ousado e de ponta (rsssss).

Sim. Poderá incluir-me em qualquer coisa que fizer nesse campo profissional, de abrir negócio, etc.: primeiramente como tiete, depois, como tutora, mentora, ou algo parecido...

Mas, o que me deixa feliz mesmo é ver vc superando tudo o que aquelas antas da UFJF fizeram injustamente com vc. Comigo, não foi diferente, e eu quero que eles se comam todos, e se envenenem com seu próprio veneno. Na UFF, a coisa não parece diferente, mas eu já estou fazendo xixi em todos os cantos de todas as salas pra demarcar meu território. Infelizmente, as pessoas entendem que educação e cortesia são sinônimos de submissão e permissividade. Uma coisa eu aprendo cada vez mais na vida: nunca farão com vc aquilo que vc não deixar que elas façam!

Adorei a descrição da experiência mística nos Montes Urais. As montanhas são lugares energeticamente privilegiados, sabia? Não é à toa que os monges costumam ficar longas horas meditando nesses lugares mais altos... Vou ver as fotos e entrar no site...

Abraços saudosos e torcendo por vc sempre."

Sandra, 06.10.09

"Eu, de novo!

Achei lindonas as fotos. Assim, tomei a liberdade de pegar aquela das butterflies e fazer meu papel de parede. Pode, né ? (Rssssss.)

Beijos saudosos."

Bárbara

A vida tem ciclos. Interessantes.

Às vezes cansativos. Sair e voltar à vida virtual é como um suicídio sem maldade, indolor, que traz, certamente, certos alívios humanamente reais.

Ao voltar à casa virtual, você começa outro ciclo. Se vai se cansar eu não sei. Parte desse ciclo é receber depoimentos. Aqui estou eu escrevendo mais uma vez sobre você. Você é a pessoa que vai entender o que escrevi e porque dei essa viajada sobre "ciclos". Porque é você quem melhor lê minha alma, minha mente e meu coração.

É nessa sequência de ciclos que trazem e levam felicidades e tristezas que a nossa amizade vai ficando cada vez maior. Ela resiste aos ciclos menores e toma contornos de um ciclo maior. É abrangente e emana nossos triunfos. É verdadeiro e retrata nossas vontades, falhas e superações. É lindo porque nós temos histórias engraçadas, alegres e surpreendentes. É um ciclo maior porque tem amor. Aquele que às vezes ninguém além de nós entende o significado.

Você é um dos maiores presentes de Deus na minha vida.

Num futuro, cuja proximidade sabe-se lá Deus, você vai ter lido essas breves linhas, talvez as esquecido, mas o que não é virtual vai continuar existindo. Não há nada melhor que sentir isso no coração!

Amo você.